Você vai encontrar aqui a experiência que tive narrando pela primeira vez, escolhi o RPG Vampiro - Sozinho na Escuridão para começar minha saga de mediadora. A mesa fluiu apenas com a minha mãe, minha irmã e eu, as três aprendendo juntas, eu a narrar e elas a jogar.
Joguei incontáveis RPGs, com as mais diversas temáticas, mas nunca narrei. Mesmo tímida comecei a fazer meus planos e preparativos para a primeira mesa. Na época eu tinha acabado de receber o financiamento coletivo do RPG nacional Vampiro - Sozinho da Escuridão em casa, comecei a ler o livro e num instante terminei, pensei em narrar por ele pois vi que o sistema é simples e intuitivo.
Adulei minha mãe e minha irmã para jogarem comigo a campanha que eu havia preparado com tanto zelo, e elas toparam. Fui à mesa da sala com o livro, post its, dados, canetas e nervosismo. Fiquei lá, sentadinha esperando as jogadoras chegarem.
Minha irmã foi a primeira a chegar, fizemos a ficha dela com facilidade e ela já assumiu a personagem, tudo o que dizia era jogando o cabelo, pois fez uma vampira lilitu (falei os clãs na resenha que fiz sobre o livro). Minha mãe chegou em seguida, a construção da ficha dela também foi super rápida, escolheu uma vampira ghul, "não quero ser feia" ela deu o ultimato, então desconsiderei a aparência monstruosa, característica da casta, afinal de contas, o que importava naquele momento era nos divertirmos e eu conseguir narrar.
Comecei a narrativa da forma que achei que as jogadoras mais gostariam: numa festa. Elas amaram descrever suas roupas, maquiagem, joias e os apetrechos, foi muito divertido. Morri de rir com minha mãe dizendo coisas como "eu quero ver o Brad Pitt aqui filha, nunca te pedi nada, por favor". Assim, comecei a usar isso à meu favor, todos os meus PNJs (personagens não jogadores) a partir daí tinham nomes de atores famosos, deu muito certo e consegui a atenção delas.
A mesa foi planejada para ser investigativa, minha irmã adorou invadir uma central de câmeras, se disfarçar e investigar. Já a minha mãe, só queria ser rica e ter um castelo (embora a personagem dela já fosse rica), as duas jogavam com perfis totalmente opostos. O que complicou a narrativa foi o fato de a minha mãe ser extremamente tagarela. Foi complicado me concentrar enquanto ela falava o tempo inteiro o que queria (um castelo e ser rica, muito rica).
Pode rir enquanto lê, eu tô rindo daqui enquanto escrevo também, te entendo.
Me esforcei para equilibrar as ações das jogadoras, não foi fácil mas conseguimos jogar. Minha irmã quase perde a personagem por conta das atitudes da personagem da minha mãe, que à entregou para os antagonistas sem hesitar, então pensei "e agora? vou separar as duas e tornar minha mãe antagonista da narrativa nas próximas sessões, ela vai amar". Minha irmã por outro lado conseguiu sair da situação de forma formidável: usando magia. Controlou a mente da "chefona" e se libertou. A personagem da minha mãe foi sequestrada por conta de seus atos irresponsáveis e a sessão encerrou de 1h da madrugada, havíamos iniciado às 22h.
Agora ambas estão ansiosas pela próxima sessão. Na manhã seguinte fui abordada com frases como "eu ainda quero meu castelo!" e "por que o Antônio Bandeiras mentiu?".
E assim, aconteceu. Narrei pela primeira vez com um misto de nervosismo e gargalhadas. Espero que você tenha gostado de ler meu relato e que ele te ajude e inspire em suas mesas.
Acredite no Coração dos Dados.
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