Narrar uma partida de rpg no começo parece assustador. Você não sabe como começar, cai em vários clichês e fica nervoso de estar usando regras de forma errada. Mas acredite, nada disso importa. Seus amigos estão rindo ou empolgados. O dado rola na mesa e é um ataque crítico decisivo contra o monstro final. Todos vibram quando o vilão diz suas últimas palavras. Ninguém está prestando atenção se você sabe a regra ou criou uma trama complexa. Naquele momento a palavra chave é diversão.
Mas ainda assim você quer melhorar e é absolutamente justo. Os mestres querem entregar uma aventura incrível para seus jogadores e não tem nada de errado nisso. Mas como melhorar? O que é um bom mestre? Será que um narrador que faz vozes, interpreta e tem descrições detalhadas é o melhor tipo?
Então vou te ajudar - pelo menos espero - com algumas dicas de “mestragem” e já quero começar dizendo que mestrar não é a mesma coisa que narrar. Até é, mas não é só isso.
O que faz o mestre de rpg?
Antes de tudo o mestre de RPG é mais um jogador da mesa. Ele tem que se divertir somando com seus jogadores para contar uma história. Então, se não está divertido, está errado.
E a forma de resolver isso é conversando com os jogadores. Assim você consegue ajustar suas sessões para que se torne divertido.
O Juíz
Mas além disso tudo, que envolve mais a parte narrativa, o mestre tem que ser um juiz. Quando um jogador descreve uma ação para o personagem dele, cabe ao mestre dizer como ele deve proceder mecanicamente. Normalmente isso envolve uma rolagem de dados, é o mais comum. Mas tem coisas que não tem regra pronta, não está descrito de uma certa maneira ou o jogador simplesmente tá tentando colher maduro. Nessa hora você tem que decidir o que pode ou não ser feito e como deve ser feito.
Você pode pensar que é complicado mas na verdade não é. Tenho várias dicas para lidar com esse e outros tipos de preocupações. E a primeira delas acontece antes do jogo começar.
Proposta de Jogo
Sempre fui fascinado por RPGe seus vários sistemas. Nessas buscas, encontrei o Crônicas RPG, pela New Order. Ele é um sistema preparado para um cenário medieval, seja ele fantástico ou realista. Mas o mais interessante sobre ele é a ficha de crônica.
Isso mesmo, a sua aventura tem uma ficha. Ela tem campos descritivos para antagonistas, tipos de desafios, NPCs importantes. E essa ficha é para ser compartilhada com os jogadores porque, para o sistema, é muito importante que eles fiquem alinhados com o conceito da aventura e, principalmente, os desafios principais e secundários que você vai propor. isso evita o jogador a criar um personagem especialista em navegar em uma aventura no deserto. Isso vai complicar inseri-lo na história e também frustrar o jogador por ser praticamente inútil no ambiente.
Inspirado nisso eu crio a proposta da aventura ou campanha toda vez que inicio uma mesa, por exemplo:
Um mestre de uma ordem de cavalaria enlouqueceu e mandou chacinar uma aldeia por medo de uma profecia. Os jogadores são sobreviventes juntamente com poucos outros. Dentre eles o ancião da aldeia, que convoca todos para se estabelecerem em algum outro lugar e se prepararem para um contra-ataque!
Aqui temos a proposta em que todos viram o massacre, perderam entes queridos e desenvolveram uma vontade de justiça e tem como objetivo inicial sobreviver e se assentarem em um bom lugar.
Eles agora podem fazer qualquer personagem com isso em mente, sabendo que: sobrevivência, interação social e combate vingativo é o guia dessa campanha. Assim os jogadores estão unidos, criam backgrounds juntos, deixam tudo alinhado e preparado para seguirem o mesmo caminho.
Pronto, a primeira parte do seu trabalho como mestre está feita: você uniu o grupo que, muito provavelmente, irá se ajudar para alcançarem seus objetivos!
Então é isso, galera. Usufruam da dica e vejam suas mesas se desenvolverem de forma orgânica e coerente!
Volto com os próximos passos para facilitar sua vida de mestre, iniciante ou não! Até breve! 😉